domingo, 29 de março de 2009

KAZUO WAKABAYASHI - palestra no Solo Sagrado

No domingo, dia 29 de março de 2009, um grupo de professores e alunos da ABRA-Vila Mariana - mantida e administrada pela Gare Cultural - organizou-se para uma visita sob coordenação de Elias Muradi (diretor da Gare Cultural), Luciana Nemes (professora de museologia do Centro Paula Souza), e o Núcleo de Arte da Fundação Mokiti Okada. Participaram deste evento também alunos destas duas instituições. Saindo logo pela manhã, rumo ao Solo Sagrado (nas margens da represa de Guarapiranga), o grupo foi conduzido ao local para assistir a uma palestra ministrada por Kazuo Wakabayashi e ver a exposição de seus trabalhos. Uma breve apresentação foi feita por Luciana sobre aquele espaço ao grupo de visitantes. Chegando ao local da palestra, após um café, todos se reuniram para ouvir Kazuo Wakabayashi. Kazuo Wakabayashi nasceu no Japão, em 1931. Veio para o Brasil em 1961, e logo entrou em contato com Manabu Mabe e Tomie Ohtake. Após várias exposições, em 1965 e 1967 participou da VII e da VIII Bienais de São Paulo. Fez uma extensa carreira no Brasil, onde mora e trabalha até hoje. Seguem alguns trechos da palestra de Wakabayashi:

"Para mim, o mais importante é que artista é uma testemunha de seu tempo. Ele, através da obra, tem que indicar o tempo e o lugar em que viveu. Isso tem que aparecer na obra dele. Sem isso, não vale."

"Em arte, não é o estilo, a técnica o que mais conta, mas sim o caráter da obra, a sua originalidade. Às vezes, as pessoas que vêm esses quadros certinhos que pintam as coisas tais quais são: uma bela paisagem, como se fosse retrato. Aí vê e fala: “ Nossa!! Que lindo quadro, essa paisagem parece que salta da tela, de tão perfeito, de tão real!!” Sabe... isso não é arte. Pode ser certinho, mas não tem caráter nenhum esse tipo de pintura, não tem originalidade. Depois da invenção da fotografia, essa pintura acadêmica perdeu seu sentido, entende? E artista é testemunha de seu tempo..."

"Aqui no Brasil tem muito artista de muitas naturalidades. Mas maiores expressões foram os italianos que chegaram aqui: DI Cavalcanti, Portinari e outros. Também tinha muitos nipônicos, mas nós ficamos muito separados, fechados, isolados do povo do Brasil..."

"Também tem a GUERNICA, do Picasso, outra obra muito forte, que foi um protesto do Picasso contra a guerra na sua cidade. Ele também pintou a guerra da Coréia, na mesma forma de Guernica.Lasar Segall tem uma obra “ Navio Imigrante”, conhecem, não? Na minha visão uma obra de uma visão muito importante. Di Cavalcanti também é importantíssimo. A obra dele é cheia de ‘ clima’ carioca, com pretas e brancas, muito voltado para a realidade brasileira. Ele nasceu na Itália, mas viveu no Rio, e pintava como brasileiro. Já Caribé, que nasceu na Argentina, teve nas suas obras um inicio surrealista, mas quando chegou na Bahia, virou brasileiro, e lá fez sua obra se tornar única."

"Já os nipônicos não conseguiram ser tão brasileiros. Handa, Takaoki, Tamaki... Japoneses. Apenas Handa tem motivo de cafezal, mas seu caráter e cores e coisas assim, mostra que nós nipônicos ficamos, mesmo, mais isolados da situação do Brasil."

"Por favor, qualquer obra tem que olhar com cabeça e coração, porque a beleza não está na primeira vista. Abram a cabeça e o coração para a obra, que existe beleza diferente em cada obra, em cada artista. Quando muitas pessoas olham para a MESMA coisa, não será a mesma coisa para todos, entendem? Nunca será 100% igual para todos. "

"O valor de uma obra não é o do dinheiro, o valor é o que se sente quando se olha, a beleza que sente... Cada um tem um pensamento diferente, e a beleza também é diferente. Então, tudo que ver , tem que ver com a cabeça+coração , senão a vida será muito pobre, entende?"

"Uma pincelada de 2 ou 3 segundo tem 60 anos de estudo, experiência de vida, história, entende? Esse é o valor. O valor da obra está no caráter, na história de estudo que antecede a pincelada (e são 60 anos de estudo!)."

Ao final da palestra, foi feita a visita à exposição dos trabalhos de Wakabayashi (veja abaixo).

KAZUO WAKABAYASHI - exposição no Solo Sagrado

No domingo, dia 29 de março, além de assistir à palestra de Kazuo Wakabayahi, alunos e professores da ABRA-Vila Mariana - escola mantida e administrada pela Gare Cultural puderam visitar a exposição de algumas de suas obras no espaço do Solo Sagrado (Guarapiranga), realização do Núcleo de Arte da Fundação Mokiti Okada. Abaixo alguns dos trabalhos expostos. Também puderam assistir um interessante vídeo sobre a carreira, com cenas de Wakabayashi em seu atelier. Dando continuidade à visita, o grupo foi ao salão onde é realizada a Cerimônia do chá, e onde estão reproduções de desenhos de Meishu-sama. Ao final do dia, pode ser usufruida a exuberante natureza do Solo Sagrado, com seus locais bem cuidados, jardins floridos e lagos. Recomendamos a visita ao local, que tem ingresso gratuito e infra-estrutura para receber grupos. http://www.solosagrado.org.br/

quarta-feira, 25 de março de 2009

KOJIMA - Palestra em detalhes

No dia 25 de março de 2009, tivemos o prazer de receber na ABRA-unidade Vila Mariana (escola mantida e administrada pela Gare Cultural), Murilo Thiele, diretor (na foto ao lado, à direita) e Renato Mesquita, consultor comercial (na foto ao lado, à esquerda) , da Kojima/OTM para a palestra "Soluções e Inovações no mercado de Sinalização e Interiores". Murilo e Renato prepararam uma apresentação especial para a ABRA, e muito organizados, logo chegando à escola instalaram-se deixando tudo pronto para aguardar a chegada do público. Com inscrições esgotadas já 10 dias antes de sua realização, o tema atraiu tanto os alunos dos cursos Técnicos da ABRA-Vila Mariana - Comunicação Visual (Design Gráfico) e Design de Interiores e seus professores, como público externo interessado no assunto.















Apresentados pelo diretor da escola,  Elias Muradi, iniciaram a palestra apresentando a Kojima/OTM, sua história e percurso. Os estudos de caso interessaram especialmente ao público presente, e muitos esclarecimentos foram prestados, desde como deve ser o envio de um projeto, a assessoria dada pela Kojima ao cliente para que seu projeto efetivamente torne-se viável, quais as dificuldades enfrentadas para a instalação assim como todos os cuidados necessários para o bom atendimento das expectativas do cliente. Clientes como Shopping Cidade Jardim, Rochaverá, Unilever, Hospital São Luiz, Museu da Língua Portuguesa (a instalação da obra de Rafic Farah), foram comentados durante a explanação, entre outros.



















Apresentaram também a Sinalização Verde, selo da Kojima, que propõe a construção de peças utilizando os critérios do eco design. Os presentes puderam manusear o kit demonstrativo de placas feitas apenas com materiais recicláveis, e utilizadas em muitos dos projetos da empresa. Abaixo: Reciclado Longa vida e Pastilhado de côco rústico (à esquerda); Pastilhado de macieira e de bambu (à direita) Abaixo: Pastilhado de côco pintado e de côco polido (à esquerda); Pet reciclado branco e pet reciclado verde (à direita) Abaixo: Madeira biosintética e pneu reciclado c/algodão (à esquerda); Placa de tubo dental colorida e branca (à direita). Após a apresentação, foi dada aos presentes a oportunidade de tirar suas dúvidas sobre o mercado de sinalização, sobre como a Kojima hoje alcança este diferencial perante outros "produtores" de peças de design, matar a curiosidade sobre detalhes de projetos ou clientes. Foi uma conversa bastante proveitosa, em que o público sentiu-se muito à vontade para abordar os assuntos com o diretor e o consultor da Kojima. Agradecemos muito à Kojima/OTM, a seus diretores e especialmente Murilo Thiele e Renato Mesquita, pela excelente palestra. Devido ao grande interesse gerado pelo tema, haverá outra palestra como esta na ABRA-Vila Mariana no dia 08 de abril, fechada para um grupo de estudantes de museologia do Centro Paula Souza. Outras datas já estão marcadas para mais duas palestras da Kojima na FAU/USP. A convite de Murilo Thiele, em breve agendaremos com nossos alunos uma visita à fábrica Kojima, em Cotia, para que possam ver de perto a produção de todos estes materiais.